A encruzilhada
Noite cerrada.
O vento sopra forte na encruzilhada.
As horas pendem como espadas.
Brancas as mãos, despojadas.
Os olhos hesitam na escolha entre os nadas
das estradas.
Vêm-me lembranças vãs de outros caminhos
a que não sei regressar,
de vozes lentas e graves,
de perfumes de flores arrancadas.
A terra firme, o chão sagrado
foge-me dos pés
e o vento impaciente
num sopro irado pergunta:
Quem és?
Inerte, procuro o horizonte da estrada,
ou talvez um improvável equívoco da sorte,
ou talvez a revelação interdita do futuro,
algo que exorte o meu ânimo perplexo,
enquanto o afiado punhal do destino,
expectante, cintila no escuro,
atento ao meu mínimo reflexo.
4 Comentários:
mt bem!
Corroboro, apenas lamento o seu fim; eu sei, para quê querer o fim hollyodesco habitual? Não passaria necessariamente por aí, até porque o sujeio poético poder-se-ia revelar profundamente errado nas estradas que tomou...Mas isto sou eu a lê-lo, Sr. Amândio...Já agora, permita-me um humilde repto: conclua o poema, um destes dias...
A conclusão é a vida, Sr. Russel.
vicent, O HOMEM DOS TEXTOS COERENTES
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