8.4.08

A última flor

Breve instante de doçura,
breve trecho de surpresa,
e de súbito a loucura,
e novamente a tristeza.

Nem a lua já murmura,
nem o rio reverbera,
o vento na noite escura,
o luar de primavera.

No pranto lento da chuva,
no primeiro raio da aurora,
nenhuma outra dor se enluva,
nenhuma saudade se chora.

Em tudo o silêncio perfeito
da morte sem amargura,
para que emurcheça em meu peito
a última flor de ternura.

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