Quarto Mundo
No meu quarto não entra luz
Só o escuro seduz
a mente
No meu quarto não entra gente
Há uma dor que me reduz
teimosamente
a pó
No meu quarto
só
No meu quarto onde não durmo
cobrem-me lençóis de fumo
sobre um colchão de aço
que me desperta
o cansaço
No meu quarto tropeço
e volto a cair
Em vão tento sair
pela porta que não existe
do meu triste quarto triste
No meu quarto ouço sussurros
incompreensíveis
de vozes que me vencem
e eu não venço
Desato aos murros
às paredes invisíveis
e morro cansado
de silêncio.
3 Comentários:
Gritar por ajuda, em vez de esmurrar muros que vão continuar lá, será talvez o que falta, muitas vezes, para não morrer de silêncio, em silêncio.
Bom é sabermos que, é perdidos no escuro silêncio do nosso quarto que acabamos por nos encontrar.
Sou cada vez mais tua fã.
(Gostaste do video da Florbela?)
Oxalá acumule maturidade para distinguir o poeta do sujeito poético ou então não...
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial