5.2.08

Quarto Mundo

No meu quarto não entra luz
Só o escuro seduz
a mente
No meu quarto não entra gente
Há uma dor que me reduz
teimosamente
a pó
No meu quarto


No meu quarto onde não durmo
cobrem-me lençóis de fumo
sobre um colchão de aço
que me desperta
o cansaço

No meu quarto tropeço
e volto a cair
Em vão tento sair
pela porta que não existe
do meu triste quarto triste

No meu quarto ouço sussurros
incompreensíveis
de vozes que me vencem
e eu não venço
Desato aos murros
às paredes invisíveis
e morro cansado
de silêncio.

3 Comentários:

Às 7 de fevereiro de 2008 às 04:28 , Blogger Manuel Bruschy Martins disse...

Gritar por ajuda, em vez de esmurrar muros que vão continuar lá, será talvez o que falta, muitas vezes, para não morrer de silêncio, em silêncio.

 
Às 7 de fevereiro de 2008 às 12:42 , Anonymous Anónimo disse...

Bom é sabermos que, é perdidos no escuro silêncio do nosso quarto que acabamos por nos encontrar.

Sou cada vez mais tua fã.


(Gostaste do video da Florbela?)

 
Às 10 de fevereiro de 2008 às 20:55 , Blogger Sousa Ribeiro disse...

Oxalá acumule maturidade para distinguir o poeta do sujeito poético ou então não...

 

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