14.7.08

Poema-lixo

Quero livrar-me deste poema.
Exibi-lo, liricamente,
qual régio ceptro ou diadema,
em um oblíquo funeral.

Quero atirá-lo janela fora,
como lixo na mata seca,
poluindo, incendiando
a minha alma imperial,
enquanto dedilho
com os dedos duros
a minha harpa desafinada.

Quero livrar-me deste poema
e mais nada.

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