17.9.07

Tarde

É tempo de dormir.
O sol deixou-me com a paz.
A hora aponta para a cruz.
Há uma flor que se desfaz.
Outra luz está para vir.

Esqueci o dito e feito,
as pedras negras do chão,
a rua feia e escura.
No silêncio da solidão
existe outra cura no meu peito.

A vida é vela, e o pavio
vai-se apagando lentamente.
As janelas já estão fechadas
e a noite, silente,
desce as arcadas do meu frio.

2 Comentários:

Às 24 de setembro de 2007 às 23:01 , Blogger Sousa Ribeiro disse...

Não alcanço o sentido de "existe outra cura no meu peito",visto que o poema é sombreado por uma imensa nublosidade sentimental, nela começando e nela terminando.Avento que se perspective a solidão como solução e como último refúgio, apesar de tudo, aqui tido não como perda ou vazio.Será?A dúvida, essa, fica...

 
Às 24 de setembro de 2007 às 23:33 , Blogger filipelamas disse...

Gosto da ideia do carácter fugaz do tempo!
Parabéns!

 

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