25.6.07

Soneto de Primavera

Já a velha magnólia se espreguiça
estendendo seus braços enflorados.
Saltitam andorinhas nos telhados.
A erva orvalhada cresce e viça.

O astro-rei, hasteado a meia adriça,
sobe ao trono aquecendo os namorados.
Comungam todos os seres extasiados
na sempre repetida festiva missa.

A força adormecida se renova
dos dons infinitos da Natureza
num velho embriagado burburinho.

E só os mortos que descansam na cova,
testemunhas da humana fraqueza,
insensíveis, escarnecem baixinho.

2 Comentários:

Às 26 de junho de 2007 às 18:26 , Blogger C disse...

well done

 
Às 10 de julho de 2007 às 00:19 , Blogger rtp disse...

Hoje vim à descoberta deste seu espaço. Gostei do que li, especialmente deste poema. Tenho de voltar para ler o que resta! :-)

 

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