Soneto de Primavera
Já a velha magnólia se espreguiça
estendendo seus braços enflorados.
Saltitam andorinhas nos telhados.
A erva orvalhada cresce e viça.
O astro-rei, hasteado a meia adriça,
sobe ao trono aquecendo os namorados.
Comungam todos os seres extasiados
na sempre repetida festiva missa.
A força adormecida se renova
dos dons infinitos da Natureza
num velho embriagado burburinho.
E só os mortos que descansam na cova,
testemunhas da humana fraqueza,
insensíveis, escarnecem baixinho.
2 Comentários:
well done
Hoje vim à descoberta deste seu espaço. Gostei do que li, especialmente deste poema. Tenho de voltar para ler o que resta! :-)
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