Poema de Verão
Ninguém morre de amor no Verão.
Ninguém se envenena por um flirt.
Nem é próprio de um respeitável defunto
vestir calções e t-shirt.
Em Julho
o sol dissolve o orgulho.
Em Agosto
rei morto rei posto
e em Setembro já falta pouco
para Outubro e Novembro.
E depois há o mar,
o inevitável mar,
esse mar verde de esperança
que balança os olhos e os barcos
no horizonte.
É certo que os teus braços são uma ponte
para o infinito...
A tua pele é de sal, caravelas, maresia...
É claro que nos teus lábios há naufrágios, conquistas, poesia...
Tudo isto é bonito e fica bem,
em papel queimado, recitado
ou até em mensagem SMS.
Mas nem tudo é o que parece.
Não me peças tragédias nem dramas,
grandes clássicos da literatura
universal.
É Verão e o nosso corpo tem escamas.
Vamos só passear no areal.
2 Comentários:
=) Gostei. Obrigado por partilhares.
Desgosto da subjacente apologia...Esprimida redunda na quietude e na ausência de busca do conhecimento, independentemente da índole concretamente aqui versada; concedendo, é claro, serem belas as palavras, sua conjugação e imagem mental resultantes :)
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial