13.6.07

O oitavo dia

O braço metalúrgico
penetra a floresta.
A mulher nasce bruta
e no seu ventre cirúrgico
correm rios de cicuta
que lhe ardem na testa.

Árvores de gelo seco
formam-se nas frágeis omoplatas
e a mão direita cai direita
sobre duas urnas exactas.

Não há surpresas.
Reis sem palácio no fim.
Homens negros, brancos de medo,
homens brancos, negros de dor.
Um barco centrifugador
navega ao som de um clarim
na manhã.
Ainda é cedo.

A esposa oxidada balança
sobre a terra e sobre o mar.
O carrão longirrostro arranca
e traz novos peixes de esperança
desoxigenada.
A mulher puxa a alavanca
devagar.
Não foi nada.

1 Comentários:

Às 13 de junho de 2007 às 17:07 , Blogger C disse...

porreiro. estilo aldous huxley ou algo assim

 

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