1.2.10

Tesouro

Encontrei um pedaço de tempo
que alguém terá deixado cair,
na berma da estrada.
Uma ínfima parte de tempo
que não me serve para nada.

Apanhei-o por mero impulso
de consciência ambiental
e guardei-o no fundo do bolso
como moeda centesimal.

Mas o tempo é sempre tempo
na sua simplicidade suprema.

Caiu-me a moeda do bolso
(alguém a encontrará?)
sobrou-me este poema.